E os vencedores são...



Durante três meses acompanhámos neste blogue várias escolas, professores e crianças que, com muita imaginação e empenho, agarraram o desafio que propusemos no início deste ano letivo: escolher uma história tradicional e reinventá-la com o objetivo de criarem uma ideia para a história do terceiro livro da coleção «Uma história nada tradicional», com dois títulos já lançados: Tinóquio e Branca e os 7 pirilampos.

Ao todo, recebemos 167 trabalhos desenvolvidos por mais de 350 crianças de 29 escolas diferentes, de todo o país. E não podíamos ter ficado mais satisfeitos com o resultado! Muita criatividade e novas ideias, muito humor e vontade de escrever. Foram estes os principais ingredientes que encontrámos em todas as histórias que nos chegaram.

Curiosos com os resultados? Aqui estão eles!

1.º Prémio

Formiguela: trabalho desenvolvido pela Ana Filipa Oliveira, aluna do 4.º A do Externato Infantil e Primário Paraíso dos Pequeninos.

2.º Prémio

O Lobo Manso e a Menina dos 7 Capuchinhos: trabalho desenvolvido pelos alunos do 3.º A do Colégio dos Plátanos.

3.º Prémio

Aníbal, o morcego zarolho: trabalho desenvolvido pelos alunos do 4.º ano do Colégio Monte Flor.

As escolas vencedoras serão contactadas por telefone. Muito obrigado a todos os que participaram!

“Os irmãos Grimm” de Portugal



Há muito tempo atrás, os irmãos Grimm tiveram a preocupação de compilar num livro as histórias tradicionais do povo alemão. Em Portugal, também houve quem o fizesse. Sabe de quem falamos?

Teófilo Braga foi um político, professor e escritor português oriundo de Ponta Delgada, cidade da ilha de S. Miguel nos Açores. Nasceu em 1843 e estudou Direito em Coimbra, onde se relacionou com alguns escritores, nomeadamente Antero de Quental. 

Movido pelo espírito patriótico, Teófilo Braga procurou conhecer as raízes do povo português e dedicou parte da sua vida a escrever obras relacionadas com este tema. Destacam-se as obras Os Contos Tradicionais do Povo Português (1883), O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições (1885) e História da Poesia Portuguesa.

Em Os Contos Tradicionais do Povo Português, o escritor recolheu não só histórias tradicionais de várias cidades do país – como, por exemplo, O caldo de pedra que lhe contámos na semana passada –, mas também diversas lendas e fábulas.

A escrever começou a sua carreira e a escrever terminou os seus dias. No entanto, Teófilo Braga também assumiu um papel de destaque na política portuguesa, em particular no movimento republicano. Envolvido na revolução de 5 de outubro de 1910, assumiu por duas vezes o comando do país. A primeira, enquanto chefe de estado até à aprovação da Constituição de 1911 que deu início à Primeira República e, mais tarde, em 1915, ao integrar um governo de transição, após a demissão do primeiro presidente da República Portuguesa, Manuel de Arriaga. 

O Um concurso nada tradicional termina já esta sexta-feira. Os trabalhos devem ser enviados para o e-mail concursos0a8@gmail.com com o assunto «Um concurso nada tradicional» ou por carta endereçada a Zero a Oito, "Um concurso nada tradicional", Rua Castilho, n.º 57, 1.º Direito, 1250-068 Lisboa. Os trabalhos podem ainda ser entregues por mão própria na morada atrás indicada.

Não se esqueça de incluir todos os materiais: o ficheiro da capa e contracapa, a ficha de inscrição e a folha A4 com a sinopse mais alargada. O prazo para envio dos trabalhos termina no dia 28 de novembro de 2014.
 

Sabe quais são as histórias tradicionais que têm origem em Portugal?




A maior parte das histórias tradicionais que contamos às crianças têm origem na tradição de vários países europeus, sobretudo da Alemanha e de França. No entanto, também existem contos que são baseados nos costumes e na cultura portuguesa. Lembra-se de algum?

O caldo da pedra, também conhecido por A sopa da pedra, é um dos contos tradicionais mais célebres da nossa cultura. Com origem na cidade de Almeirim, concelho de Santarém, esta história conta-nos o percurso de um frade pobre com muita fome, que anda de porta em porta a fazer um peditório para cozinhar um caldo. Ao perceber que os habitantes da aldeia não o queriam ajudar, o pobre homem pega numa pedra e, sob o olhar de troça dos aldeões, diz que vai fazer uma sopa da pedra. Intrigados com a provocação do frade, os habitantes começam a dar-lhe a pouco e pouco os vários ingredientes: uma panela de barro, um pouco de couve, um pedaço de chouriço… até que consegue preparar uma sopa saborosa.

Ainda hoje a sopa da pedra é um prato muito famoso em Portugal e que continua a fazer parte da cultura popular do nosso país. Para além de transmitir às crianças a importância da partilha e da ajuda àqueles que mais precisam, esta história é também uma boa forma de dar a conhecer algumas tradições que estão enraízadas na nossa cultura.  

Tal como O caldo da pedra, existem muitas outras histórias provenientes dos costumes portugueses e que podem também ser trabalhados com as crianças para que elas se familiarizem com a herança popular do nosso país. Entre as mais conhecidas, destacam-se A história da Carochinha, As fiandeiras e O príncipe com orelhas de burro.

Não se esqueça de que falta cerca de uma semana para o envio dos trabalhos! A sua escola e os seus alunos podem vir a ser os grandes vencedores de Um concurso nada tradicional. Boa sorte!

Vamos soltar a imaginação… e as palavras!



Começar a escrever uma história e enfrentar uma folha em branco pode ser um verdadeiro quebra-cabeças. No entanto, existem exercícios que podem ser desenvolvidos na sala de aula e que podem ajudar as crianças a soltarem a imaginação. Hoje deixamos-lhe uma proposta para uma atividade[1] que pode muito bem originar uma ideia para uma nova história.

Peça aos seus alunos que levem para a escola jornais e revistas que tenham em casa. Depois, peça-lhes para recortar os títulos e misturá-los de forma a construir novas frases ou, até mesmo, pequenos textos. Não existe limite para a imaginação e não é obrigatório que as novas frases façam sentido. Os títulos podem ser cortados por palavra ou podem ter várias palavras num só recorte, no entanto, o resultado é mais interessante se forem recortadas duas ou mais palavras em conjunto. Peguemos, por exemplo, em três títulos de jornais e revistas antigos:

Lisboa com mais restrições ao trânsito

Prepare-se para ir jantar fora

E tudo o mar levou

Misturando e baralhando, podemos obter duas novas notícias – ou frases soltas –, talvez absurdas, mas muito divertidas:

O mar levou jantar ao trânsito

Lisboa prepare-se para ir fora


Aproveite o contexto de fantasia dos contos tradicionais para explicar aos seus alunos que o absurdo pode fazer parte da ideia que vão desenvolver para o Um concurso nada tradicional.




[1] Ideia de jogo retirada do livro: Rodari, Gianni, Gramática da Fantasia – Introdução à arte de contar histórias, Editorial Caminho, 2ª edição, Lisboa, 1993.